O crédito rural é uma das ferramentas mais importantes para fomentar a produção agropecuária no Brasil. Ele permite que produtores de diferentes portes tenham acesso a recursos para investir em tecnologia, infraestrutura, insumos, custeio e expansão das atividades. O advogado Carlos Alberto Arges Júnior, especialista em direito aplicado ao agronegócio, afirma que conhecer os caminhos para conseguir financiamento com segurança e saber o que evitar é essencial para manter a saúde financeira da propriedade e garantir bons resultados no campo.
O que é crédito rural e para que serve
O crédito rural é um financiamento concedido por instituições financeiras públicas ou privadas com o objetivo de apoiar o desenvolvimento da atividade agropecuária. Ele pode ser usado para custeio da produção, investimento em melhorias, aquisição de equipamentos, correção de solo, irrigação, armazenagem e até mesmo para a comercialização da safra.

De acordo com Carlos Alberto Arges Júnior, o crédito rural é regulamentado por normas específicas e está inserido no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), o que garante certa padronização, mas também impõe exigências legais e contratuais que precisam ser observadas com atenção pelo produtor.
Como conseguir crédito rural
Conseguir crédito rural envolve alguns passos essenciais. A seguir, veja os principais:
1. Ter um projeto bem estruturado
Antes de buscar uma linha de crédito, o produtor deve montar um plano de negócio ou projeto técnico que detalhe o objetivo do financiamento, o cronograma de aplicação dos recursos, o retorno esperado e os riscos envolvidos. Esse projeto deve conter informações precisas e demonstrar viabilidade econômica.
Segundo o Dr. Carlos Alberto Arges Júnior, um projeto bem elaborado aumenta significativamente as chances de aprovação e ainda contribui para a gestão eficiente dos recursos ao longo do processo produtivo.
2. Escolher a linha de crédito adequada
Existem diferentes modalidades de crédito rural, como:
- Custeio agrícola: para cobrir despesas da safra (sementes, fertilizantes, defensivos, mão de obra);
- Investimento: para aquisição de máquinas, construção de estruturas e recuperação de pastagens;
- Comercialização: voltado à estocagem e venda da produção;
- Industrialização: para quem transforma matéria-prima agropecuária em produto final.
Cada linha tem critérios próprios de enquadramento, limites, taxas de juros e prazos. É importante analisar cuidadosamente cada opção antes de formalizar o pedido.
3. Regularizar a documentação
A regularidade documental é requisito básico para a concessão de crédito. O produtor deve apresentar documentos pessoais e da propriedade, certidões negativas, CAR (Cadastro Ambiental Rural), comprovante de adimplência e registros técnicos. Pendências fiscais ou jurídicas podem inviabilizar o financiamento.
Conforme alerta Carlos Alberto Arges Júnior, é recomendável contar com apoio jurídico especializado para garantir que toda a documentação esteja em ordem, evitando atrasos ou indeferimentos na análise de crédito.
4. Buscar orientação técnica e jurídica
A ajuda de agrônomos, técnicos agrícolas e advogados especializados pode fazer toda a diferença. Esses profissionais auxiliam na montagem do projeto, na escolha da melhor linha de crédito e na análise de cláusulas contratuais. O contrato deve ser bem compreendido antes da assinatura, incluindo detalhes como taxas de juros, garantias exigidas, formas de pagamento e penalidades por inadimplência.
O que evitar ao contratar crédito rural
Embora o crédito rural seja um recurso valioso, seu uso inadequado pode trazer sérios prejuízos. Veja os principais erros que devem ser evitados:
1. Comprometer-se além da capacidade de pagamento
Um dos maiores riscos é assumir financiamentos sem ter certeza da capacidade de pagamento. O produtor deve considerar fatores como oscilação de mercado, adversidades climáticas e prazos de retorno do investimento antes de assumir uma dívida. O endividamento excessivo compromete a sustentabilidade da atividade.
2. Utilizar o recurso para outra finalidade
O desvio da finalidade do crédito é um erro comum e grave. O valor financiado deve ser aplicado conforme previsto no projeto aprovado. Desviar recursos para outras áreas da fazenda ou para fins pessoais pode gerar problemas legais, cobrança antecipada da dívida e bloqueio de acesso a novas linhas de crédito.
3. Não avaliar as condições contratuais
Assinar um contrato sem compreender todas as condições pode ser um grande equívoco. De acordo com Carlos Alberto Arges Júnior, é necessário verificar cada cláusula com atenção, especialmente as que tratam de garantias, vencimentos antecipados, reajustes e multas. Em caso de dúvidas, buscar orientação jurídica é indispensável.
4. Ignorar o planejamento tributário
O crédito rural pode impactar diretamente na estrutura tributária do produtor, principalmente em operações maiores. O planejamento fiscal ajuda a evitar surpresas e permite aproveitar benefícios previstos na legislação para a atividade rural.
Conclusão: crédito como ferramenta estratégica
O crédito rural é uma alavanca poderosa para o desenvolvimento da atividade agropecuária, desde que utilizado com planejamento, responsabilidade e segurança jurídica. O advogado Carlos Alberto Arges Júnior reforça que o produtor rural precisa tratar o crédito como parte da estratégia do negócio, e não como solução emergencial ou improvisada.
Com acesso a informação qualificada, apoio técnico e cuidado na contratação, o financiamento rural pode transformar a realidade da fazenda, viabilizando crescimento, inovação e melhores resultados a longo prazo.
Instagram: @argesearges
LinkedIn: Carlos Alberto Arges Júnior
Site: argesadvogados.com.br
Autor: Gerald Johnson